AMANDA MELO
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Os problemas que afetam a rede de abastecimento de água em todo o município mossoroense são inúmeros. Desde a pequena oferta de água para a grande demanda populacional, até a rede inadequada de canos que levam água às residências; a soma destes fatores transformou em alguns bairros a água em um recurso quase raro.
Os reservatórios disponíveis e as adutoras que abastecem as encanações das casas dos 244.287 mossoroenses, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), ficou obsoleta, não acompanhando o crescimento vertical e horizontal da cidade.
Resultado disso são os constantes cortes no abastecimento, muitas denúncias e reclamações por parte da população, que paga sua conta mensalmente. O gerente da Companhia de Águas e Esgotos do Rio Grande do Norte (Caern) confirma o problema. "Uma série de áreas sofrem com o problema do abastecimento, entre elas: o Santa Helena, Planalto 13 de Maio, Santo Antônio, Quixabeirinha, Sítio São Francisco, Bom Jesus, Estrada da Raiz, entre outras", destaca o gerente.
Além da escassez do recurso, uma preocupação ainda mais grave é a qualidade da água que boa parte da população utiliza para banho, alimentação e até para beber. A rede antiga de canos foi construída com Ferro Fundido e Cimento Amianto, materiais que podem acarretar problema à saúde. Muito utilizado nas décadas passadas pelo baixo custo, o amianto é considerado uma substância cancerígena pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e tratado pelo Ministério da Saúde como um problema de saúde pública.
Somado a isso, ainda há o dano causado pela obstrução da rede de abastecimento em vários pontos. O vilão do entupimento é a aragonita, tipo de calcário que provoca a redução da capacidade de abastecimento.
SOLUÇÃO
Diante dessa realidade, o assuntou entrou em pauta na Assembleia Legislativa através de uma proposta governamental para a construção de uma nova adutora em Mossoró. O parecer foi aprovado em 26 de agosto de 2009 pelo Comitê Gestor do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) do Governo Federal e a solução para o entrave começou a tomar forma. A alternativa mais plausível para resolver o problema, se não de forma definitiva, mas por um bom tempo, foi propor a construção de uma nova e maior adutora.
Em princípio, o Projeto de Lei 9167/09, cuja aprovação dos deputados se deu em oito de janeiro de 2009, incluía apenas a construção da Adutora de Mossoró. Sete meses após a liberação do empréstimo, por parte do Legislativo, o Governo do Estado recebeu outra boa notícia. Através do Ofício de nº.6987, de 26 de agosto de 2009, o Ministério das Cidades informou que a adutora estava incluída nos beneficiados do PAC Saneamento.
Em 22 de setembro de 2009, outro ofício (nº. 3943/2009) foi encaminhado pela Caixa Econômica Federal (CEF), atestando que R$119 milhões estavam garantidos para o Sistema de Distribuição e Tratamento por meio do PAC/FGTS. A conta da adutora será dividida entre o financiamento de boa parte dos recursos pela CEF e outra parte pela contrapartida do Governo Estadual. Entre os custos com a adutora e a instalação e modernização da nova rede de abastecimento, serão gastos R$ 230 milhões.